Farmacologia

EBSRH/ HC-UFMG 2014

                Questão 1)


            A asma é uma enfermidade crônica das vias aéreas que se caracteriza por uma inflamação, uma resposta exagerada a uma grande variedade de estímulos e uma obstrução bronquial reversiva. Uma série de drogas pode ser utilizada para o controle e prevenção das crises asmáticas, bem como outras são contraindicadas para pacientes com esta morbidade. Com base nos mecanismos moleculares dessas drogas, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) Os anti-inflamatórios não esteroides podem induzir ou exacerbar crises asmáticas devido a um aumento na síntese de leucotrienos.

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são fármacos cujo mecanismo de ação é um dos mais bem conhecidos na farmacologia. Essas drogas são capazes de inibir a ciclo-oxigenase (COX), enzima responsável por converter o ácido araquidônico, um ácido graxo obtido a partir de fosfolipídeos presentes na membrana das células, em eicosanoides. Estes últimos são assim denominados por apresentarem em sua estrutura química uma cadeia de 20 carbonos (eico = 20), os quais participam da indução da vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar para facilitar o acesso de células de defesa e proteínas plasmáticas para o tecido afetado, gerando eritema, rubor e edema; e contribuem para a dor e para a elevação da temperatura da região afetada, em alguns casos ocasionando a febre.
Os principais eicosanoides sintetizados pela COX são os prostanoides (prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanas), além dos leucotrienos, que também participam do processo inflamatório. Entretanto, a principal enzima responsável pela produção de leucotrienos é a 5-lipoxigenase (5-LPOX), distribuída mais particularmente no tecido pulmonar. Assim, a 5-LPOX e os leucotrienos são os principais responsáveis por processos inflamatórios das vias aéreas, como a asma.
Uma vez que os AINES se ligam apenas à COX, todo o ácido araquidônico obtido das membranas celulares sofrerá a ação da 5-LPOX, o que levará ao aumento de leucotrienos os quais, como já dito, participam mais particularmente da inflamação no tecido pulmonar. Assim, o uso de AINES pode agravar um quadro de asma. Podemos concluir, portanto, que a alternativa está correta.

(B) O salbutamol é um agonista beta-2 que ao ligar-se a este receptor, pertencente ao grupo de receptores metabotrópicos acoplados à proteína G, leva ao relaxamento da musculatura lisa brônquica.

Os receptores beta-2 ou β2 são encontrados na membrana das células da musculatura dos brônquios. São considerados metabotrópicos por estarem acoplados à proteína G, isto é, quando ativados causam uma modificação na estrutura proteica da proteína G, modificação essa conhecida como ativação da proteína G. No estado ativado, a proteína G é capaz de iniciar uma cascata bioquímica intracelular que acarreta a ativação de outras diversas proteínas, conhecidas como “segundos mensageiros”. No caso da musculatura lisa dos brônquios, a proteína G no estado ativado é capaz de ativar uma enzima, chamada adenilato ciclase (AC), que, por sua vez, tem a função de produzir AMP cíclico (AMPc) a partir do ATP. O AMPc atua sobre canais de K+ na membrana celular dessas fibras musculares, os quais permitem a saída desse cátion para o meio externo.
Devemos sempre nos lembrar que, quando as células, inclusive as fibras musculares dos brônquios, se encontram em estado de repouso (relaxadas), suas membranas plasmáticas são carregadas negativamente em seu interior e positivamente no ambiente externo. A saída de cátions, como o K+, reforça, portanto, o estado de repouso celular. Em outras palavras, no caso de células musculares, a saída de K+ impede a contração das fibras e induz ao relaxamento muscular.
O principal agonista β2 endógeno é a noradrenalina. Mas existem drogas que também são capazes de agonizar esse receptor e causar o relaxamento da musculatura lisa brônquica, entre elas o salbutamol, o formoterol e o fenoterol. Dessa forma, é evidente que a alternativa B está correta.

(C) Os glicocorticoides atuam no tratamento da asma por relaxar a musculatura lisa brônquica, além de controlar a resposta inflamatória exacerbada das vias aéreas.

Os glicocorticoides são drogas anti-inflamatórias que apresentam um mecanismo de ação diferente dos AINES. Esses fármacos se ligam a receptores situados no citoplasma de praticamente todas as células do corpo. Esses receptores são denominados GRα e GRβ. Após a ativação desses receptores pelos glicocorticoides, um domínio de ligação ao DNA é exposto, e o complexo fármaco-receptor se liga ao DNA de forma a reprimir ou induzir a transcrição de genes particulares. A ação anti-inflamatória e imunossupressora ocorre devido à repressão de diversos fatores de transcrição, como AP-1 e NF-κβ; diminuição da expressão de enzimas pró-inflamatórias e de diversas citocinas, redução na concentração plasmática de componentes do complemento, inibição da liberação de histamina de granulócitos e imunoglobulinas e modificações na expressão de uma série de outras proteínas.
 Em suma, os glicocorticoides reduzem a inflamação, principalmente, ao inibirem uma série de substâncias pró-inflamatórias. No entanto, essas drogas não atuam no relaxamento da musculatura brônquica, de forma que a alternativa C está incorreta.

(D) O montelucaste atua como um antagonista competitivo dos receptores dos leucotrienos, que são substâncias capazes de gerar broncoconstrição.


A alternativa está correta. Os leucotrienos (ver alternativa A) são substâncias pró-inflamatórias e, nos pulmões, o processo inflamatório favorece a broncoconstrição. O montelucaste inibe a ação dos leucotrienos, e, dessa forma, pode ser utilizado para o alívio dos sintomas da asma.


(E) A teofilina é uma metilxantina que inibe as enzimas fosfodiesterases (PDE) dos nucleotídeos cíclicos, gerando acúmulo intracelular de AMP e GMP cíclicos, sendo útil no tratamento da asma.

O AMPc produzido nos brônquios (ver alternativa A) sofre degradação por ação da enzima fosfodisterase III. Como dito anteriormente, o AMPc é fundamental para o relaxamento da musculatura dos brônquios. Portanto, inibidores da fosfodisterase, como a teofilina, inibem a degradação do AMPc, permitindo que ele permaneça atuando sobre os canais de K+. A alternativa está corretaGabarito: C.

Questão 2) 

Paciente com diagnóstico de síndrome metabólica realizava tratamento de um quadro de infecção urinária com o antimicrobiano ciprofloxacino, a ser administrado a cada 12 (doze) horas por 7 (sete) dias, entre outros medicamentos. Porém, no terceiro dia, o paciente sofreu uma crise convulsiva, que foi relacionada a uma interação medicamentosa entre o ciprofloxacino e outro medicamento administrado concomitantemente. Qual das drogas a seguir pode ter causado tal interação?

(A) Paracetamol.
(B) Losartana.
(C) Metformina.
(D) Sinvastatina.
(E) Ibuprofeno.

O diagnóstico de síndrome metabólica aqui só serve para confundir o candidato, na verdade. O mesmo pode ser dito para o regime terapêutico descrito. O importante é conhecer as interações entre os fármacos.
 Muitos estudos têm demonstrado com propriedade que as quinolonas, classe de antimicrobianos inibidores da topoisomerase II (ou DNA girase), entre elas o ciprofloxacino, aumentam o risco de crises convulsivas quando administradas juntamente com AINES, com exceção do ácido acetilsalicílico e do paracetamol. Dentre os medicamentos acima, portanto, o único AINE capaz de exercer tal interação com o ciprofloxacino é o ibuprofeno. Gabarito: E.

Questão 3)

Interações farmacocinéticas ocorrem quando um fármaco modifica o processo pelo qual o outro é absorvido, distribuído, biotransformado ou excretado. Não são facilmente previsíveis e podem gerar problemas clinicamente relevantes. Com base nos processos farmacocinéticos e nas interações farmacocinéticas, assinale a alternativa que aponta um fator/alteração que NÃO se enquadra como um mecanismo de interação farmacocinética relacionado à excreção.

(A) Alcalinização da urina.
(B) Hemodiluição com redução de proteínas plasmáticas.
(C) Alteração na excreção ativa tubular renal.
(D) Aumento do fluxo sanguíneo renal.
(E) Alteração no ciclo êntero-hepático.

Simplificando, a questão apenas pede para que marquemos a alternativa que nada tem a ver com a excreção de fármacos. As letras A, C e D se referem à excreção renal, enquanto a letra E se refere à excreção biliar. A hemodiluição com redução de proteínas plasmáticas, descrita na alterativa B, afetaria a distribuição dos fármacos, pois menor seria a concentração sanguínea de proteínas plasmáticas para carrearem a droga pelo sangue; em outras palavras, a alternativa B nada tem a ver com a excreção de fármacos. Gabarito: B.

Questão 4)

Para a realização de um procedimento cirúrgico, a equipe médica solicitou ao setor de farmácia um anestésico local cuja duração da ação fosse mais prolongada que os anestésicos locais convencionalmente utilizados. Deste modo, foi indicado pelo farmacêutico o:
(A) isoflurano.
(B) cloridrato de cetamina.
(C) cloridrato de prilocaína.
(D) cloridrato de lidocaína.
(E) cloridrato de bupivacaína.

Podemos eliminar as alternativas A e B, uma vez que o isoflurano e a cetamina são anestésicos gerais. A prilocaína e a lidocaína são anestésicos locais de média duração, o que nos faz eliminar as alternativas C e D. O único anestésico local de longa duração acima citado é a bupivacaína. Gabarito: E
Para auxiliar seu estudo, outros anestésicos locais, seu início de ação, duração, penetração nos tecidos, meia vida plasmática e outras observações são sumarizados no quadro abaixo adaptado do livro de Rang et al., 2012.

Fonte: Adaptado de RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M.; MOORE, P. K.  Farmacologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 904 p.

Questão 5)

Paciente com 47 anos, masculino, recebeu o diagnóstico de úlcera péptica provocada pela infecção por Helicobacter pylori. Em seu prontuário, há o registro de reação de hipersensibilidade à azitromicina registrada há aproximadamente 11 meses, quando, na ocasião, foi tratada uma infecção das vias aéreas superiores. Para o tratamento de pacientes com H. pylori o esquema triplo que se utiliza de dois antimicrobianos e um inibidor de bomba de prótons é o mais eficaz na erradicação desta bactéria. Ante o exposto, qual das associações de antimicrobianos a seguir deveria ser utilizada para este paciente junto ao omeprazol?

(A) Metronidazol e ciprofloxacino.
(B) Gentamicina e claritromicina.
(C) Amoxicilina e metronidazol.
(D) Amoxicilina e sais de bismuto.
(E) Ampicilina e claritromicina.

É muito difícil definir um esquema terapêutico ideal para o tratamento de úlceras pépticas associadas à H. pylori. Podemos dizer que a tendência atual é sempre associar a amoxicilina com outros antimicrobianos, principalmente com aqueles que, após a absorção, são novamente excretados na mucosa gástrica na forma ativa, aumentando a toxidade para a bactéria. Os antimicrobianos com essas propriedades são principalmente os macrolídeos, como a claritrocimina, e os imidazólicos, como o metronidazol. O III Consenso Brasileiro para Estudo de Helicobacter pylori, realizado em 2011, sugeriu que o uso de amoxicilina e claritromicina juntamente com um inibidor da bomba (omeprazol, lansoprazol, etc.) poderia ser considerado um tratamento de primeira linha. No entanto não há essa alternativa acima. Além disso, resistência à claritromicina tem se tornado cada vez mais frequente. A questão cita na alternativa C a associação da amoxicilina e metronidazol, que poderia ser considerada, portanto, a mais correta. Gabarito: C.

Questão 6)

No tratamento da asma, uma variedade de medicamentos pode ser utilizada ou para prevenir as crises, ou para o resgate e alívio dos sintomas. Porém, mesmo com o uso em doses terapêuticas adequadas, nenhum paciente está livre do risco de sofrer os efeitos adversos dessas drogas. Ante o exposto, assinale a alternativa que apresenta uma droga que pode ser utilizada no tratamento da asma que pode, porém, causar xerostomia, midríase, visão turva, entre outros efeitos.

(A) Budesonida.
(B) Brometo de ipratrópio.
(C) Sulfato de salbutamol.
(D) Dipropionato de beclometasona.
(E) Fosfato sódico de prednisolona.

Xerostomia nada mais é que secura da boca, enquanto midríase nada mais é que a dilatação da pupila. A produção da saliva e a contração dos músculos ciliares nos olhos responsáveis pela constrição da pupila (miose) dependem da ação da aceticolina sobre receptores muscarínicos. Assim, logicamente, drogas que atuam bloqueando essa ação da acetilcolina (antimuscarínicos ou antagonistas muscarínicos) podem causar a diminuição da saliva e a dilatação da pupila. Dentro os fármacos citados acima, apenas o ipratrópio é um antimuscarínico. Budesonida, beclometasona e prednisolona são glicocorticoides, enquanto o salbutamol é um agonista β2. Gabarito: B.

EBSRH/HU-UFMS 2014

Questão 1) Assinale a alternativa que apresenta uma droga indicada como profilático de crises de enxaqueca.

(A) Diazepam.
(B) Propranolol.
(C) Dexclorfeniramina.
(D) Enalapril.
(E) Timolol.

Betas bloqueadores, como o propranolol e o atenelol, por exemplo, são eficazes na profilaxia da enxaqueca. Essa eficácia tem sido observada na prática há muitos anos, mas o mecanismo farmacológico que justifica esse efeito ainda não está muito bem elucidado. Uma hipótese é o bloqueio de receptores beta pré-juncionais, o que reduziria a liberação de noradrenalina, neurotransmissor que induz vasoconstrição associada aos sintomas da enxaqueca. Alguns estudos sugerem que beta bloqueadores podem também interagir com alguns subtipos de receptores serotoninérgicos associados à enxaqueca. Gabarito: B.


14
Questão Questão 2) Paciente pediátrico, 6 anos, faz uso de valproato de sódio para o controle de crises de ausência epiléptica simples, desde os 4 anos de idade. Precisou ser levado ao serviço de saúde devido a um quadro infeccioso     das vias aéreas superiores, e recebeu o tratamento à base de antimicrobiano, associado a outros medicamentos utilizados para o alívio dos sintomas. No segundo dia de tratamento do quadro infeccioso, o paciente apresentou sinais de toxicidade ao valproato seguido de crise convulsiva. Qual dos medicamentos a seguir pode ter interagido com o valproato e desencadeado tal quadro?

(A) Eritromicina.
(B) Paracetamol.
(C) Ibuprofeno.
(D) Loratadina + pseudoefedrina.
(E) Prednisolona.

É bem documentado que antimicrobianos macrolídeos, como a claritromicina e a eritromicina, são inibidores das enzimas do citocromo P450. Como sabido, o citocromo P450 é um conjunto de enzimas hepáticas que metabolizam diversas substâncias. Essa inibição exercida pelos macrolídeos, portanto, inibe o metabolismo de uma série de fármacos, entre eles o ácido valproico. Por isso, em questões de interações medicamentos, fique sempre atento quanto à presença dessa classe de antimicrobianos. No exemplo, a concentração plasmática do ácido valproico tende a se elevar, e os efeitos tóxicos da droga se manifestam. Gabarito: A.



tQuestão 3) Uma série de fatores pode interferir nos processos farmacocinéticos, e devem ser considerados durante a prática clínica, uma vez que o sucesso da terapêutica pode ser comprometido em decorrência da alteração de algum dos parâmetros farmacocinéticos. Ante o exposto, assinale a alternativa correta.

(A) A flora intestinal de um indivíduo não é um fator que pode interferir na biodisponibilidade dos medicamentos.
(B) A taxa de filtração de um fármaco é determinada pelo volume de líquido filtrado no glomérulo, não sendo influenciado por outros fatores.
(C) Elevada hidrossolubilidade de um fármaco é um fator que pode aumentar a biodisponibilidade do mesmo.
(D) O volume de distribuição é um parâmetro farmacocinético que pode interferir na meia-vida de eliminação de um fármaco.
(E) a hemodiluição na gestação pode reduzir a excreção renal de fármacos que se ligam intensamente a proteínas plasmáticas como a albumina.

Sabe-se que alguns fármacos sofrem biotransformações pela ação das bactérias intestinais, portanto alterações da flora podem sim interferir na sua absorção, o que faz a alternativa A incorreta.
A taxa de filtração glomerular nada mais é que o volume de líquido filtrado fora do plasma pelas paredes dos capilares glomerulares nas cápsulas de Bowman, por unidade de tempo. Portanto, além do volume de líquido, o tempo também influencia na taxa de filtração, além de outros fatores, como doenças renais, o consumo de proteínas, de sódio, de potássio, o uso de medicamentos, etc. Assim, a alternativa B está incorreta.
Se um fármaco possui elevada hidrossolubilidade, menor será sua biodisponibilidade, pois menor a tendência do fármaco de se distribuir pelos tecidos, e maior sua tendência em ser solubilizado pela urina e ser excretado. A alternativa C está incorreta.
O volume de distribuição é uma medida que quantifica a distribuição de uma droga pelo corpo, podendo ser definido como “o volume necessário para que uma determinada quantidade de uma droga seja distribuída uniformemente pelo corpo”. É calculado pela razão da quantidade total de droga no organismo e a sua concentração plasmática (Vd = Q/Cp). Ora, se o volume de distribuição está relacionado com a concentração plasmática, é claro que também está relacionado com o tempo de meia vida! Afinal, o tempo de meia vida nada mais é que o tempo necessário para que uma concentração plasmática de um fármaco seja reduzida em 50%. A alternativa D está correta.
A hemodiluição nada mais é que uma expansão do volume plasmático. Na gravidez ocorre naturalmente como uma adaptação do organismo para melhorar o transporte de oxigênio para o feto, mas pode ser induzida “artificialmente” com a administração de soro fisiológico endovenoso. O importante aqui é entender que na hemodiluição os componentes do sangue ficam mais diluídos, inclusive as proteínas plasmáticas que se ligam aos fármacos. Com isso a excreção dessas drogas tende a aumentar, e não a reduzir. A alternativa E está incorreta.
Gabarito: D.


Questão 4) A ação dos fármacos pode ser mediada pela interação da droga com sítios de ação tanto do paciente como do agente patológico. Dentre os sítios alvos, podemos citar enzimas extracelulares, proteínas transportadoras, canais iônicos receptores de membranas e nucleares, entre outros. Com base nos mecanismos de ação dos fármacos, relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.

1. Moclobemida.
2. Alopurinol.
3. Neostigmina.
4. Sinvastatina.

A. Atua inibindo a enzima acetilcolinesterase.
B. Atua inibindo a enzima HMG-CoARedutase.
C. Atua inibindo a enzima xantina oxidase.
D. Atua inibindo a enzima MAO-A.

(A) 1D - 2C - 3A - 4B.
(B) 1D - 2A - 3C - 4B.
(C) 1B - 2D - 3A - 4C.
(D) 1A - 2B - 3C - 4D.
(E) 1C - 2B - 3D - 4A.

Aqui basta conhecer o mecanismo de ação desses fármacos. A moclobemida é inibidora da monoamino oxidade (MAO), enzima que degrada monoaminas, sendo usada como antidepressiva ao aumentar os níveis, principalmente, de serotonina. O alopurinol é um inibidor da xantina oxidase, uma enzima envolvida na síntese do ácido úrico, o que faz do alupurinol um medicamento importante no tratamento da gota. A neostigmina é inibidora da acetilcolinesterase, e aumenta a disponibilidade da aceticolina, sendo utilizada clinicamente para diversos fins. Por fim, a sinvastativa é inibidora da hidróxi-metil-glutaril coenzima A redutase (HMGCoA), envolvida na síntese do colesterol endógeno. Gabarito: A.

              
Questão 5) 
Paciente, 36 anos, procurou o serviço de odontologia devido a um quadro de hiperplasia gengival que o acometeu há alguns meses, e que vem causando uma série de desconfortos. Este paciente faz tratamento contínuo de epilepsia, bem como utiliza um antidepressivo, o que levou a cirurgiã dentista a procurar o farmacêutico com o prontuário do paciente em mãos para consultá-lo quanto a uma suspeita de reação adversa. Ante o exposto, assinale a alternativa que apresenta um medicamento que pode ter causado tal reação adversa no paciente.

(A) Carbamazepina.
(B) Fenitoína.
(C) Amitriptilina.
(D) Fenobarbital.
(E) Fluoxetina.


A hiperlasia gengival é um crescimento da gengiva, não necessariamente uma neoplasia, e pode desaparecer quando o estímulo para esse crescimento cessa. Alguns medicamentos induzem a esse quadro, quando passa a se chamar hiperplasia gengival medicamentosa. Entre os medicamentos que mais comumente causam esse efeito estão o anticonvulsivante fenitoína, o imunosupressor ciclosporina e antagonistas dos canais de cálcio, como a nifedipina. O mecanismo pelo qual esses fármacos induzem a hiperplasia gengival ainda não está muito bem elucidado. Gabarito: B.



EBSRH/ HUSM-UFRS 2014

Questão 1) A epilepsia é síndrome cerebral crônica de diversas etiologias, caracterizada por manifestações recorrentes clinicamente diversificadas, entre as quais figuram as convulsões. Durante o processo de seleção de drogas anticonvulsivantes, uma série de fatores deve ser considerada, como janela terapêutica, indicações de uso, contraindicação etc. Ante o exposto, assinale a alternativa correta.

(A) A fenitoína é uma droga com maior índice terapêutico do que a carbamazepina, sendo deste modo a primeira escolha na monoterapia de crises parciais simples e complexas.
(B) O diazepam é o benzodiazepínico mais indicado para o tratamento de mioclônus e outras formas de epilepsia, em crianças.
(C) Sulfato de magnésio é contraindicado para pacientes gestantes devido ao risco de causar eclâmpsia em grávidas com pré-eclâmpsia.
(D) A fenitoína é o anticonvulsivante de escolha para pacientes cardiopatas e idosos com estado de mal epiléptico devido à sua segurança em não causar bloqueio A-V e outras arritmias como os barbitúricos.
E) Fenobarbital é um barbitúrico que apresenta eficácia em quase todos os tipos de epilepsia, exceto nas crises de ausência.

A carbamazepina é o fármaco de primeira escolha na monoterapia de crises parciais simples e complexas por ter uma janela terapêutica maior e relação dose/concentração plasmática mais linear, exatamente ao contrário do que diz a alternativa A.
Em crianças, o ácido valproico seria o fármaco de primeira escolha para mioclonia, e não o diazepam. Está incorreta a alternativa B.
Ao contrário do que diz a alternativa C, o sulfato de magnésio é o principal fármaco para o tratamento de crises convulsivas em gestantes, devido sua boa tolerância.
Ao contrário do que diz a alternativa D, a fenitoína, justamente pelo risco que causa de bloqueio A-V, é contraindicada pra pacientes idosos e cardiopatas.
Gabarito: E.


Questão 2) Os anti-inflamatórios esteroides ou corticosteroides exercem potente efeito anti-inflamatório (glicocorticoide). Sua ação mineralocorticoide deve ser considerada na escolha do fármaco, uma vez que pode provocar retenção hídrica, aumento da pressão arterial sistêmica e hipocalemia. Qual dos corticosteroides a seguir apresenta maior efeito mineralocorticoide e, consequentemente, maior tendência a causar os efeitos adversos citados?

(A) Fosfato sódico de prednisolona.
(B) Dexametasona.
(C) Betametasona.
(D) Succinato sódico de metilprednisolona.
(E) Hidrocortisona.

Os diferentes corticosteroides apresentam diferentes potências anti-inflamatórias (ou glicocorticoides) e diferentes potências mineralocorticoides também. Essa potência é medida em função da hidrocortisona, que apresenta potência 1 como glicocorticoide e potência 1 como mineralocorticoide. A potência mineralocorticoide da prednisolona e da metilprednisolona é 0,8, isto é, 80% do efeito mineralocorticoide da hidrocortisona. Já a dexametosona e a betametasona apresentam um efeito mineralocorticoide desprezível. O quadro abaixo foi colocado para auxiliar os seus estudos. Gabarito: E.

Fármaco
         Potência glicocorticoide
Doses              equivalentes       (mg)
     Potência mineralocorticoide
Hidrocortisona
1
20
1
Cortisona
0,8
25
0,8
Prednisona
4
5
0,8
Prednisolona
4
5
0,8
Metilprednisolona
5
4
0,5
Triancinolona
5
4
0
Betametasona
25
0,75
0
Dexametasona
25
0,75
0
Parametasona
10
2
0
Fonte: Adaptado de BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2008: Rename 2006 / Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 897 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde).






Questão 3) Paciente de 34 anos, sexo feminino, procura o serviço de saúde e, após passar por consulta com o clínico e apresentar os resultados de exames laboratoriais, recebe o diagnóstico de infecção urinária. Durante a anamnese, a paciente relatou ao médico ser alérgica a penicilina, o que pode ser confirmado pelo médico no prontuário do paciente. Com base no quadro, o médico informa à paciente que será prescrito um antimicrobiano da classe das quinolonas, que poderá ser utilizado por ela com segurança e eficácia. Qual dos medicamentos a seguir pertence à classe das quinolona?

(A) Norfloxacino.
(B) Azitromicina.
(C) Clindamicina.
(D) Gentamicina.
(E) Doxiciclina.

Repare que a maior parte do enunciado só serve para tirar sua atenção para o que realmente importa na tentativa de induzi-lo a errar uma questão muito simples. Só se quer saber qual desses antibióticos é uma quinolona. O único exemplo da classe é o norfloxacino. A azitromicina é um macrolídeo (alguns a classificam como um azalídeo, mas de qualquer forma é derivado de um macrolídeo), a clindamicina é uma lincosamina (também derivado macrolídeo), a gentamicina é um aminoglicosídeo e a doxiciclina é uma tetraciclina. Gabarito: A.



Questão 4) Embora haja exceções, os principais fármacos atuam, em sua grande maioria, em alvos proteicos sobre as células dos mamíferos, como: receptores, canais iônicos, enzimas e moléculas transportadoras. A ação dos fármacos sobre estas estruturas é que desencadeiam alterações orgânicas que resultam na ação terapêutica dos fármacos, bem como seus efeitos colaterais. Ante o exposto, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) Nifefipino e lidocaína são exemplos de fármacos que atuam sobre canais iônicos para gerarem seus efeitos terapêuticos.
(B) O alendronato de sódio é um fármaco utilizado no tratamento de osteoporose por promover a absorção intestinal de cálcio a partir do intestino através de proteínas transportadoras.
(C) Os antidepressivos tricíclicos atuam sobre uma proteína transportadora no sistema nervoso central, gerando o acúmulo de alguns neurotransmissores na fenda sináptica.
(D) A neostigmina é um fármaco que, ao inibir a enzima acetilcolinesterase, atua revertendo o efeito de alguns bloqueadores neuromusculares não despolarizantes.
(E) A losartana é uma droga anti-hipertensiva que atua bloqueando os receptores de antiotensina II reduzindo os valores da pressão arterial sistêmica.

Todos os mecanismos de ação estão corretamente descritos, exceto o do alendronato de sódio. Esse fármaco é um inibidor da atividade dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea; em outras palavras, pela “degradação” dos ossos. Gabarito: B

EBSERH/MEAC e HUWC-UFC 2014



             Questão 1


Observe as seguintes informações sobre a hidroclorotiazida:
“Inibe a reabsorção de sódio e cloreto e, por consequência, de água. Aumenta também a excreção de potássio e magnésio e, em pequena escala, de bicarbonato. Reduz a excreção de cálcio. A perda de potássio é significativa e pode ser grave. A excreção de ácido úrico é diminuída e a de magnésio aumentada.”
As informações referem-se:

(A) à farmacodinâmica do medicamento.
(B) à biodisponibilidade do medicamento.
(C) a possíveis reações adversas ao medicamento.
(D) à eliminação do medicamento.
(E) à bioequivalência do medicamento.

Está evidente que a questão não descreve quaisquer reações adversas ao medicamento, portanto a alternativa C está incorreta. A biodisponibilidade se refere à quantidade da droga que permanece na circulação sistêmica após sua administração, nada tendo a ver com o enunciado, logo a alternativa B também está incorreta. A bioequivalência, que não deve ser confundida com biodisponibilidade, é definida como "dois produtos farmacêuticos são bioequivalentes se eles são farmaceuticamente equivalentes e suas biodisponibilidades (taxa e extensão da disponibilidade) após a administração na mesma dose molar são similar a um nível em que seus efeitos, a respeito da eficácia e segurança, possam ser esperados ser essencialmente os mesmos. A equivalência farmacêutica implica a mesma quantidade de uma mesma substância ativa, na mesma forma de dosagem, pela mesma via de administração e pelos mesmos padrões comparáveis" (Birkett, 2003). Não há nada que se refira à eliminação do medicamento também.
Já a farmacodinâmica, é a parte da farmacologia que estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação, isto é, como a droga interage com o corpo para manifestar seus efeitos. O que está acima descrito nada mais é que o resumo do mecanismo de ação da hidroclorotiazida. É um diurético que se liga a uma proteína (transportador de Na+/CI-) no túbulo distal renal, bloqueando a reabsorção desses íons, que permanecem na luz da urina e retêm ali água, provocando um aumento do volume urinário. Gabarito A.



Questão 2

 Considerando a farmacologia e a farmacocinética da teofilina, assinale a alternativa correta.

(A) A teofilina relaxa diretamente o músculo estriado dos brônquios e dos vasos sanguíneos pulmonares.
(B) Este medicamento inibe as fosfodiesterases, aumentando a concentração de AMP cíclico.
(C) A teofilina bloqueia os receptores para ATP.
(D) A teofilina absorvida une-se irreversivelmente às proteínas plasmáticas em 30 a 45%.
(E) Sua biodisponibilidade é aproximadamente 20% da biodisponibilidade da teofilina anidra.

A teofilina é um inibidor da fosfodiesterase III, uma enzima presente no tecido pulmonar que degrada o AMPc. Como visto neste material, na questão 1 da EBSERH/ HC-UFMG, o AMPc é fundamental para ativar a proteína cinase C, que, por sua vez, induz à abertura de canais de K+, ocasionando o relaxamento dos brônquis. A inibição da fosfodiesterase III promove, assim, o aumento do AMPc e, evidentemente, leva à brondilatação. A alternativa A está incorreta pelo simples fato de que a teofilina não age diretamente sobre a musculatura pulmonar. A alternativa C descreve um mecanismo de ação equivocado. A teofilina se liga reversivelmente às proteínas plasmáticas, o que faz a alternativa D errada. A biodisponibilidade da teofilina chega a 80% de sua forma anidra, o que faz incorreta a alternativa E. O candidato, muito provavelmente, não terá dados de biodisponibilidade e ligações às proteínas plasmáticas tão específicos assim, mas conhecendo o mecanismo de ação dessa droga, torna-se muito fácil responder à questão. Gabarito B.



Questão 3

 A respeito do sistema nervoso autônomo e dos fármacos que agem nele, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) Os medicamentos anticolinérgicos, no sistema nervoso autônomo, são antagonistas competitivos da acetilcolina em receptores muscarínicos.
(B) Existem dois tipos principais de receptores colinérgicos: os receptores nicotínicos e os receptores muscarínicos.
(C) Além da atropina e da escopolamina, diversos fármacos possuem propriedades antimuscarínicas, incluindo antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas e anti-histamínicos.
(D) Os efeitos muscarínicos de utilização clínica dos anticolinesterásicos são os mesmos dos agonistas colinérgicos.
(E) Os agentes anticolinesterásicos irreversíveis bloqueiam a degradação da dopamina durante minutos ou horas.

Para fins de estudo, aproveitemos para relembrar que o sistema nervoso autônomo (SNA) transmite todas as informações do sistema nervoso central (SNC) para o restante do organismo, exceto para a inervação motora dos músculos esqueléticos, e está, em grande parte, fora do controle voluntário. Anatomicamente, apresenta três divisões principais: SNA simpático, SNA parassimpático e sistema nervoso entérico O sistema nervoso entérico, do ponto de vista farmacológico, é muito complexo, tendo a participação de uma série de mediadores, entre eles a serotonina, ATP e óxido nítrico. Já nos SNA simpático e parassimpático, os dois principais mediadores são a noradrenalina e a acetilcolina, respectivamente.
As alternativas descritas na questão lidam com neurônios e receptores colinérgicos, isto é, que estão associados com a acetilcolina. Os receptores colinérgicos podem ser do tipo muscarínico ou nicotínico. Existem 2 subtipos de receptores nicotínicos (Nm, presente na musculatura esquelética e o Nn, nos neurônios ganglionares e no SNC) e 5 subtipos conhecidos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3, M4 e M5), presentes em sua maioria em órgãos efetores, como coração, glândulas salivares, brônquios, musculatura intestinal, etc.
Uma vez sintetizada nos neurônios colinérgicos, a acetilcolina é armazenada na forma de vesículas e, quando liberada na fenda sináptica, uma parte atua sobre seus receptores acima descritos, e outra parte é degradada em Acetil-coenzima (AcCoA) e colina por ação da enzima acetilcolinesterase.
Na alternativa E, por outro lado, é dito que inibidores da acetilcolinesterase bloqueiam a degradação de dopamina. Portanto, essa alternativa está totalmente errada. Gabarito E.



Questão 4

 A fluoxetina atua no sistema nervoso central e é indicada no tratamento da depressão. Este medicamento

(A) atua de modo seletivo sobre os receptores GABA.
(B) é inibidor da monoamina oxidase.
(C) inibe os receptores a2 e ß1.
(D) atua em canal GABAérgico, aumentando o influxo de cloreto.
(E) é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina.

As diversas pesquisas que associam a neuroquímica com a depressão sugerem, fortemente, que a falta de alguns neurotransmissores no SNC, principalmente a serotonina, está associada a esse distúrbio. Portanto, uma das formas de se tratar a depressão, do ponto de vista farmacológico, é utilizar fármacos que atuam aumentando os níveis de serotonina. Após ser liberada na fenda sináptica, a serotonina pode seguir três “caminhos”: (1) pode atuar normalmente sobre seus receptores pós-sinápticos, (2) pode ser degradada por ação da enzima monoaminooxidase (MAO) ou (3) ser recaptada pelo neurônio pré-sináptico. Essa recaptação é feita por uma proteína presente na membrana do neurônio pré-sináptico, a qual transporta a serotonina da fenda sináptica novamente para o interior do mesmo.
Assim sendo, uma forma de tratarmos a depressão e aumentarmos os níveis de serotonina na fenda sináptica é utilizar fármacos que bloqueiam essa proteína transportadora, inibindo, assim, a recaptação da serotonina, permitindo que esse neurotransmissor permaneça por mais tempo agindo na fenda sináptica. Esses fármacos são conhecidos como inibidores da recaptação seletiva da serotonina (IRSS). Entre eles, temos a fluoxetina, sertralina, citalopram, paroxetina, entre outros. A alternativa E descreve, portanto, o mecanismo de ação correto da fluoxetina. Gabarito E.



Questão 5

 Assinale a alternativa que apresenta um medicamento antiparkinsoniano que atua como agonista dopaminérgico.

(A) Zidovudina.
(B) Raloxifeno.
(C) Bromocriptina.
(D) Azitromicina.
(E) Paclitaxel.

A zidovudina é um fármaco antiviral. O raloxifeno é um fármaco que interage com receptores de estrógenos, indicado para osteoporose. A azitromicina é um antimicrobiano, enquanto o paclitaxel é um antitumoral. O único antiparkinsoniano na questão é a bromocriptina e, de fato, é um agonista dopaminérgico. Gabarito C.
Apenas para facilitar seu entendimento: A doença de Parkinson é uma degeneração de neurônios dopaminérgicos, isto é, que liberam a dopamina. Esse neurotransmissor modula a liberação de acetilcolina nos músculos esqueléticos, que é responsável pela contração dos mesmos. Sem a dopamina, a acetilcolina é constantemente liberada e induz, constantemente, a contração dos músculos (tremores). É por isso que a administração de agonistas dopaminérgicos serve como tratamento sintomático da doença.


Questão 6


Em casos de dengue, o uso de AAS (Ácido Acetil Salicílico) é contraindicado, devido à capacidade desse medicamento de inibir

(A) a via da COX1 responsável pela síntese de leucotrienos.
(B) de forma reversível a COX2, aumentando o número de plaquetas.
(C) de forma reversível a formação de prostaciclinas endoteliais.
(D) de forma irreversível a formação de tromboxano plaquetário.
(E) de forma reversível a formação de prostaglandinas plaquetárias.

Na questão 1 da EBSERH HC-UFMG deste material, explicamos como atuam os AINES, classe da qual o AAS faz parte. De todos os AINES, o AAS é o único que inibe de forma irreversível a COX. Podemos então eliminar as alternativas B, C e E. A alternativa A está incorreta, pois os leucotrienos são sintetizados pela 5-LPOX, e não pela COX.
A COX, além de produzir prostaglandinas e prostaciclinas, também produz tromboxanas A2 (TXA2), substâncias que estimulam a agregação plaquetária. A inibição irreversível da COX causada pelo AAS é perigosa em casos de dengue hemorrágica, pois a agregação plaquetária fica demasiado prejudicada, motivo esse que torna contraindicado o uso desse fármaco durante o quadro dengue. Gabarito D.




 EBSERH/HUJM-UFMT 2014
Questão 1

 Um paciente de 53 anos, de sexo feminino, deu entrada no Pronto Atendimento com fortes dores de cabeça devidas a uma crise hipertensiva severa. O clínico, durante o atendimento, levantou que a paciente havia participado de um jantar no qual foi servido na mesa de frios, diversos queijos, vinhos e embutidos. Ainda durante a anamnese, verificou-se que a paciente faz uso de um antidepressivo que interage com alimentos ricos em tiramina, desencadeando os sinais e sintomas como no caso da paciente. De qual antidepressivo esta paciente provavelmente faz uso?

(A) Bupropiona.
(B) Selegelina.
(C) Clomipramina.
(D) Duloxetina.
(E) Sertralina.

Embora a selegilina seja mais comumente indicada para o tratamento da doença de Parkinson, ela também tem sido utilizado como adjuvante nos tratamentos da doença de Alzheimer e depressão. O seu mecanismo de ação consiste em inibir seletivamente a monoaminooxidase B (MAO-B), um subtipo da MAO mais seletivo para a degradação de dopamina, aumentando os níveis desse neurotransmissor, o que explica sua ação antiparkinsoniana e antidepressiva. Entretanto, essa seletivamente não é total e, especialmente em doses mais elevados, a selegilina atua também sobre a MAO-A, que se faz presente no intestino, além de fígado e SNC.
A MAO-A possui certa especificidade para a serotonina, mas atua também em outros substratos, como, por exemplo, a tiramina. A tiramina é uma monoamina que ocasiona vasoconstrição e consequente elevação da pressão arterial e está presente em alimentos fermentados, como queijo, chocolate e bebidas alcoólicas. Uma vez que a MAO-A pode ser inibida pela selegilina, o metabolismo da tiramina no intestino fica prejudicado e essa monoamina chega à circulação em concentrações perigosas, podendo causar hipertensão severa devido à vasoconstrição. Gabarito B.



Questão 2


Diuréticos são empregados regularmente no controle da pressão arterial em paciente com hipertensão arterial sistêmica. Esses fármacos atuam nos rins aumentando o volume e o grau do fluxo urinário, podendo ser empregados também para outras indicações como a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). Pacientes com ICC comumente utilizam digitálicos para o controle da doença e o uso de diuréticos associados a esses cardiotônicos deve ser monitorado com cautela para evitar a intoxicação digitálica, sendo necessária muitas vezes a utilização de diuréticos poupadores de potássio. Deste modo, assinale a alternativa que contém um diurético poupador de potássio.

(A) Indapamida.
(B) Hidroclorotiazida.
(C) Clortalidona.
(D) Espironolactona.
(E) Furosemida.

Dentre os fármacos citados acima, a espironolactona é o único inibidor do receptor de aldosterona. A aldosterona atua no túbulo coletor renal, onde se liga a seus receptores intracelulares e promove a síntese de um transportador de Na+/K+. Esse transportador promove a reabsorção de sódio e a eliminação do potássio. Uma vez que a espironolactona antagoniza a ação da aldosterona, seu efeito será o inverso: o transportador de Na+/K+ terá sua expressão reduzida, o sódio permanecerá na luz da urina, “trazendo” consigo a água, e o potássio será poupado. Gabarito D.


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Questão 3


Um paciente passou por procedimento cirúrgico, no qual foi necessário realizar intubação endotraqueal para ventilação mecânica. Após o procedimento, o paciente recebeu um medicamento para reverter os efeitos do bloqueador neuromuscular besilato de atracúrio, pois a recuperação da força muscular é obrigatória antes de o paciente ser liberado da unidade de cuidados pós-anestésicos. Qual das drogas a seguir foi administrada no paciente com tal finalidade?

(A) Isoflurano.
(B) Fentanila.
(C) Propofol.
(D) Neostigmina.
(E) Atropina.

Para facilitar o procedimento cirúrgico, os médicos utilizam fármacos para causar relaxamento muscular esquelético, como o atracúrio. A contração muscular esquelética depende da ação da acetilcolina sobre receptores nicotínicos (Nm) presentes na fibra muscular, na junção neuromuscular. O atracúrio é um bloqueador dos receptores nicotínicos, impedindo, portanto, a ação da acetilcolina e induzindo ao relaxamento do músculo.
Para a recuperação da força muscular, como pede a questão, é necessário o uso de uma droga que faça o inverso, ou seja, promova a contração muscular, aumentando ou mimetizando a ação da acetilcolina.
Isoflurano e propofol são anestésicos gerais, enquanto o fentanil é um analgésico opioide; ou seja, nada têm a ver com a questão. A atropina é um bloqueador muscarínico, isto é, bloqueia a ação da ação da acetilcolina no SNA parassimpático. Já a neostigmina é um inibidor da acetilcolinesterase, enzima que degrada a acetilcolina na fenda sináptica. A neostigmina, portanto, aumenta a disponibilidade de acetilcolina, favorecendo sua ação e causando a contração muscular que estamos querendo no paciente (ver questão 3 EBSERH/MEAC e HUWC-UFC 2014). Gabarito D.



Questão 4


Com relação ao uso de anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), assinale a alternativa correta.

(A) Paracetamol e dipirona são fracos anti-inflamatórios nas doses terapêuticas.
(B) Ácido acetilsalicílico e ibuprofeno são drogas seguras por modificarem apenas mecanismos periféricos envolvidos no desenvolvimento de dor.
(C) Pacientes que fazem uso de anticoagulantes cumarínicos podem utilizar ibuprofeno sem o risco de causar sangramentos uma vez que o ibuprofeno não age como ácido acetilsalicílico inibindo a agregação plaquetária.
(D) Corticóides orais são menos seguros que os AINEs em pacientes asmáticos, devido ao risco de edema e complicações causados por drogas deste grupo.
(E) A ação dos AINEs está relacionada ao bloqueio da isoenzima COX – 1, enquanto que os efeitos adversos destes medicamentos ocorrem devido ao bloqueio inespecífico da isoenzima COX – 2.

O paracetamol e a dipirona, de fato, são fármacos que possuem pouca potência anti-inflamátoria, sendo mais importantes como antipiréticos. Assim, a alternativa A está correta.
Embora o gabarito dado pela banca seja a alternativa A, em nossa visão, a alternativa B também não estaria incorreta. Isso porque tanto o ibuprofeno quanto o AAS possuem mecanismos de ação semelhantes (inibição de COX), e conseguem inibir a dor de origem inflamatória, ou seja, atuam perifericamente, isto é, sem ação direta sobre as fibras nervosas. Ao contrário, por exemplo, da morfina e outros opioides, que atuam diretamente nas fibras nervosas, causando inibição central da dor.
A alternativa C está incorreta, pois ambos os fármacos atuam semelhantemente.
A alternativa D está incorreta, pois o uso de AINES em pacientes asmáticos é mais perigoso do que o uso de glicocorticoides, uma vez que os AINES irão desviar o metabolismo do ácido araquidônico para a 5-LPOX (ver questão 1 EBSRH/ HC-UFMG 2014)
A alternativa E está totalmente errada. A ação dos AINES se dá pela inibição da COX e, embora a maioria dos AINES bloqueiem ambas as isoenzimas de forma inespecífica, o efeito terapêutico se dá pela redução da atividade da COX-2, pois está isoenzima é a responsável pela produção de eicosanoides fisiopatológicos (ocasionada pelo processo inflamatório). Os eventos adversos da maioria dos AINES estão relacionados à inibição da COX-1, que produz eicosanoides fisiológicos, os quais são responsáveis, por exemplo, na manutenção natural do muco protetor no estômago, da liberação de ácido na luz gástrica e da pressão arterial.
Gabarito A.


Questão 5


Interação farmacológica ou interação medicamentosa é um evento clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico do ambiente. Com relação às interações medicamentosas e suas implicações na clínica, assinale a alternativa correta.

(A) Ciprofloxacino é indicado para mulheres com infecção urinária que utilizam concomitantemente anticoncepcionais orais a base de etinilestradiol por não interferir na eficácia anticoncepcional.
(B) Para substituir o tratamento à base de um IMAO (Inibidor da Monoamina Oxidase), deve-se iniciar o uso de fluoxetina logo após interromper o IMAO, para evitar uma crise depressiva.
(C) Pacientes que fazem uso de metronidazol devem ser orientados a não ingerir bebida alcoólica, para evitar toxicidade etílica de modo semelhante ao dissulfiram.
(D) Suco de frutas cítricas, como a laranja, pode reduzir o efeito do sulfato ferroso, por diminuir a absorção de ferro pelo organismo.
(E) O captopril, assim como o enalapril, pode ser ingerido junto com alimentos, sem comprometer a biodisponibilidade do mesmo.

A única alternativa correta é a letra C. Sempre que o paciente necessitar de utilizar o metronidazol, é muito importante alertá-lo quanto ao uso de bebidas alcoólicas. O uso concomitante pode ocasionar desconforto abdominal, vômitos e diarreias. Esse quadro é chamado de “reação do tipo dissulfiram”. O dissulfiram é um fármaco utilizado para o tratamento do etilismo, pois é um inibidor da acetaldeído desidrogenase, uma enzima que participa do metabolismo do etanol. Uma vez bloqueada essa enzima, um dos metabólitos do etanol, o acetaldeído, se acumulará e ocasionará o quadro de dores abdominais, vômitos e diarreia. Por isso dizemos que é um quadro de “reação do tipo dissulfiram”! Dessa forma, o etilista evitará o uso do álcool para não sentir todo esse desconforto. Essa reação não é tão comum quando o metronidazol é utilizado com álcool, mas o risco existe e o paciente precisa estar ciente disso.
Gabarito C.





 EBSERH/ HULW-UFPB 2014
Questão 1


Assinale a alternativa que apresenta uma droga anti-hipertensiva que pode mascarar sintomas de hipoglicemia e deve ser utilizada com cautela em pacientes diabéticos.

(A) Furosemida.
(B) Metildopa.
(C) Anlodipino.
(D) Hidroclorotiazida.
(E) Propranolol.

Sintomas comuns da hipoglicemia são, por exemplo, palpitações, tremores, ansiedade, suor frio, aumento do apetite, entre outros. Devemos procurar, portanto, em uma das alternativas uma droga que inibe pelo menos alguns desses sintomas, pois se esses sintomas são inibidos o quadro de hipoglicemia terá sido mascarado.
Sabemos que bloqueador β2 regulam o tônus, reduzem tremores e os batimentos cardíacos (bradicardia). Ora, como comentamos, palpitações e tremores são exemplos de sintomas de hipoglicemia que serão mascarados.
Por essa motivo é importante ter cautela na administração do propranolol em pacientes diabéticos. Ressalta-se, ainda, que o propranolol pode prolongar a resposta hipoglicêmica à insulina. Gabarito E.



Questão 2


Para o tratamento de pacientes portadores de asma brônquica, o serviço local de saúde padronizou uma droga beta-2 agonista de ação prolongada que passará a ser distribuida no ambulatório de asma. Ante o exposto, assinale a alternativa que apresenta a droga padronizada pelo serviço de saúde.

(A) Omalizumabe.
(B) Teofilina.
(C) Salbutamol.
(D) Salmeterol.
(E) Ipratrópio.

Primeiramente, temos que identificar quem são os agonistas β2 entre os fármacos acima. Omalizumabe é um anti-IgE que tem atuado bem em pacientes com asma que não respondem adequadamente aos corticosteroides. Teofilina, como já vimos em questões acima, é uma inibidora da fosfodiesterase, enquanto o ipratropio é um antimuscarínico. Os únicos agonistas β2 acima são salbutamol e salmeterol. Enquanto o primeiro é de curta duração e deve ser administrado em torno de 2 a 4 vezes ao dia, o salmeterol possui ação prolongada, e pode ser administrado 1 ou 2 vezes diárias. Gabarito D.


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Questão 3


Os anti-histamínicos de primeira geração apresentam uma grande tendência em causar sedação, devido aos seus efeitos sobre o sistema nervoso central, de modo que devem ser utilizados com cautela em pacientes que operam máquinas pesadas ou trabalham como motoristas. Assim, assinale a alternativa que apresenta uma droga anti-histamínica de segunda geração que pode ser utilizada com maior segurança por esses pacientes.

(A) dexclorfeniramina.
(B) loratadina.
(C) dimenidrinato.
(D) prometazina.
(E) hidroxizina.

Existem 2 tipos de receptores histaminérgicos, receptores H1 e H2. Os receptores H1 estão envolvidos em processos alérgicos na periferia, mas também estão presentes no SNC, onde, quando ativados, estimulam o centro do vômito e o estado de vigília. Os anti-histaminérgicos de primeira geração, além de atuarem sobre receptores H1 periféricos, ultrapassam a barreira hematoencefálica e atuam também sobre os receptores H1 no SNC, podendo ser utilizados, por exemplo, para evitar vômitos associados à cinetose, mas com o efeito adverso de causar sonolência, a exemplo do dimenidrinato (Dramin). Os anti-histaminérgicos de segunda geração atuam apenas na periferia, evitando a sonolência, podendo ser utilizados, por exemplo, em pessoas que conduzem máquinas pesadas e motoristas, como diz a questão.
Das alternativas acima, apenas a loratadina é um anti-H1 de segunda geração. Gabarito B.



Questão 4

 Analise os gráficos a seguir e assinale a alternativa correta.

(A) No gráfico 1, se a droga “A” for o fenoterol a droga “B” pode ser o ipratrópio.
(B) No gráfico 2, a droga C pode representar um antagonista alostérico.
(C) O gráfico 1 representa um efeito de potencialização da droga “B” nos efeitos da droga “A”.
(D) O gráfico 2 representa o efeito de um antagonista competitivo – “C”, sobre o efeito do agonista – “A”.
(E) No gráfico 1 a curva “A” pode representar a atropina enquanto a curva “B” a escopolamina.



Primeiro de tudo, vamos entender esses gráficos: no eixo y temos o efeito atingido, e no eixo x temos a concentração da droga. Para obtermos esse formato sigmoide da curva, a concentração foi colocada na forma de logaritmo, mas isso não muda em nada a nossa análise.
No gráfico 1, temos uma substância A que obteve um determinado efeito numa determinada concentração (ou dose). Quando uma droga B foi administrada junto com a droga A, percebemos pelo eixo y que o efeito de A foi o mesmo, porém, ao observarmos o eixo x, vemos que foi necessária maior concentração de A para atingir esse mesmo efeito. Ora, se B obrigou que maior concentração de A fosse necessária, é porque B está antagonizando A, competindo com A. Nesse caso, A ganhou a competição porque teve sua concentração aumentada, evidenciando que essa competição ocorre pelo mesmo sítio de ligação do receptor. Em outras palavras, A e B se ligam exatamente no mesmo lugar do receptor. Esse tipo de gráfico é condizente, portanto, com um antagonismo competitivo reversível. É chamado de reversível porque a ligação das drogas no receptor pode ser desfeita.
Já no gráfico 2, percebemos que uma droga C foi adicionada, e mesmo quando aumentamos a concentração de A, o efeito não foi mais o mesmo. Isso pode ter-se dado por dois motivos: 1) C se liga no mesmo sítio de ligação de A, isto é, compete com A, mas sua ligação com o receptor é irreversível, ou seja, não pode ser desfeita. Nesse caso, C permanece ligado no receptor permanentemente, impedindo que A ganhe a competição, mesmo em concentrações mais altas. A isso, damos o nome de antagonismo competitivo irreversível; 2) C se liga no mesmo receptor, porém em um sítio de ligação diferente. Nesse caso, a ligação de C em um sítio diferente (ou sítio alostérico) muda a conformação do receptor de tal forma que A não mais consegue se ligar. Então, mesmo que aumentemos a concentração de A, seu efeito máximo nunca será atingido. A isso, chamamos de antagonismo não-competitivo (ou antagonismo alostérico).
Partindo dessas informações, analisemos cada uma das alternativas:
Na alternativa A, fenoterol é um agonista β2, enquanto o ipratóprio é um antagonista muscarínico. Ou seja, eles não exercem competição pelo mesmo receptor, como sugere o gráfico 1. A alternativa está errada.
A alternativa B está correta, pois o gráfico 2 pode ser tanto de um antagonismo competitivo irreversível, quanto pode ser um antagonismo alostérico. Por isso nós ressaltamos a palavra “PODE” no enunciado. Essa palavrinha é que fez com que esta alternativa estive certa. Se a afirmação na alternativa fosse categórica, ela seria apenas “parcialmente correta”.
A alternativa C não faz qualquer sentido: B exigiu maior concentração de A para que ocorresse o efeito.
A alternativa D está “parcialmente certa”, pois de fato C pode ser um antagonista competitivo de A, porém, se o for, esse antagonismo competitivo é irreversível. Mas isso não pode ser afirmado categoricamente, pois esse antagonismo pode também ser alostérico.
Na alternativa E, atropina e escopolamina são ambos antagonistas colinérgicos, e o gráfico mostra um agonista (A) e um antagonista (B).

Gabarito B.


Questão 5


As bactérias podem ser classificadas em sensíveis ou resistentes aos antimicrobianos. São consideradas resistentes as que crescem “in vitro” nas concentrações médias que os antimicrobianos atingem no sangue, quando administrados por via oral. Sobre a resistência bacteriana a medicamentos, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) A resistência bacteriana pode ser transferida de uma bactéria para a outra.

Evidente que sim. As bactérias transferem DNA umas para as outras por meio do plasmídio, um “um pedaço” de DNA. Se nesse pedaço houver informações de resistência, essas informações serão passadas de uma bactéria para a outra. Outra maneira de se transferir material genético é através da reprodução.

(B) A resistência pode ser natural ou adquirida. Na resistência adquirida, todas as amostras da espécie, independentemente do local de isolamento, são resistentes.

Se todas as amostras da espécie possuem a resistência, independentemente do local de isolamento, é porque essa resistência é natural, própria da espécie de bactéria. Na resistência adquirida, apenas as bactérias que tiveram o contato com a informação de resistência é que serão resistentes. A alternativa está, portanto, errada.

(C) A resistência adquirida é um fenômeno espontâneo da bactéria, sendo os antimicrobianos os agentes seletores de amostras resistentes.

Sim, pois as bactérias, quando em contato com os antimicrobianos, podem desenvolver por si mesmas, espontaneamente e sem o concurso de outras bactérias, a resistência. Os antimicrobianos matarão as bactérias não-resistentes, enquanto as resistentes permanecerão vivas e se reproduzindo. É por isso que os antimicrobianos agem como agentes seletores de amostras resistentes.

(D) As bactérias geralmente se tornam resistentes aos antimicrobianos beta-lactâmicos através da produção de beta-lactamases.

Sim, pois as beta-lactamases são enzimas bacterianas que degradam o anel beta-lactâmico que forma a estrutura química dos antimicrobianos beta-lactâmicos.

(E) A substituição das amostras sensíveis por amostras resistentes na origem das infecções bacterianas tem sido um fator constante de diminuição do valor terapêutico de muitos antimicrobianos.

Evidente que sim, pois as bactérias ao se tornarem resistentes prejudicam a ação terapêutica dos antimicrobianos.

Gabarito B.



Questão 6


Os antimicrobianos compreendem a uma classe de fármacos amplamente consumida, tanto no meio hospitalar como ambulatorial e a escolha do antimicrobiano a ser utilizado na clínica leva em consideração uma série de fatores, como o mecanismo de ação dos mesmos. Ante o exposto, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) A claritromicina é um macrolídeo que se liga à porção 50S do ribossoma, indicado para o tratamento de infecções por H. pylori.
(B) O ácido clavulânico, um inibidor da betalactamase, amplia o espectro de ação da amoxicilina, e permite o uso contra bactérias resistentes à amoxicilina.
(C) As cefalosporinas diferem das penicilinas por não possuírem o anel betalactâmico, porém podem ocorrer reações alérgicas cruzadas.
(D) A gentamicina é um antimicrobiano da classe dos aminoglicosídeos que pode causar perda auditiva irreversível.
(E) As sulfonamidas têm efeito bacteriostático e inibem o metabolismo do ácido fólico.

Todas as alternativas estão corretas, exceto a alternativa C, pois as cefalosporinas, assim como as penicilinas, possuem o anel beta-lactâmico. Gabarito C.




Questão 7


Os opioides têm sido utilizados com muito sucesso no controle e tratamento da dor. Esses fármacos expressam seus efeitos terapêuticos sobre receptores opioides de peptídeos opioides endógenos. Com base nos aspectos clínicos dessa classe de medicamentos, assinale a alternativa correta.

(A) A morfina pode ser utilizada com segurança em pacientes asmáticos, sendo inclusive uma alternativa terapêutica aos AINES para estes pacientes.
(B) O citrato de fentanila é um opioide que produz baixa analgesia, porém é útil por reduzir a necessidade de anestésicos gerais durante procedimentos cirúrgicos.
(C) A naloxona provoca uma rápida analgesia, podendo levar o paciente a um quadro de depressão respiratória grave.
(D) A morfina é uma antagonista opioide puro, sendo o medicamento de escolha para dor pós-operatória de moderada a intensa.
(E) A codeína é um opioide fraco com eficácia nas dores leves a moderadas, que ainda pode ser indicado como antitussígeno.

A alternativa A está errada, pois a morfina deve ser evitada em pacientes asmáticos por induzir a liberação de histamina e afetar a modulação colinérgica sobre os músculos lisos dos brônquios, alterando o tônus broncomotor.
A alternativa B está incorreta, pois o fentanil é um potente opioide.
A alternativa C está errada, pois a naloxona é um antagonista opioide. Ora, como a naloxona poderia exercer analgesia se atua de maneira “inversa” aos opioides, por exemplo, a morfina?
A alternativa D está errada, pois a morfina é um agonista opioide, e não antagonista.
A alternativa E é perfeita.

Gabarito E.




Questão 8


Os anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) são drogas com claros efeitos terapêuticos, porém devem ser utilizados com racionalidade devido a seus bem descritos efeitos adversos. Ante o exposto, assinale a alternativa INCORRETA sobre a farmacoterapia com estes medicamentos.

(A) Os AINEs são habitualmente eficazes nas dores leves, bem como nas dores viscerais mais intensas.
(B) O paracetamol é um AINE amplamente utilizado como analgésico e antitérmico, porém com marcante ausência de ação anti-inflamatória.
(C) O ácido acetilsalicílico promove seu efeito antitrombótico ao inibir a síntese de tromboxano-A2 pelas plaquetas.
(D) Os AINEs de modo geral ligam-se altamente às proteínas plasmáticas e, assim, podem interagir com outras drogas, deslocando-as como a varfarina.
(E) Os AINEs podem promover a retenção de sal e de água reduzindo a eficácia dos esquemas anti-hipertensivos.

Na alternativa A: “bem como nas dores viscerais mais intensas”. Isso está incorreto. AINES não são recomendáveis para dores intensas, tampouco viscerais. Os AINES atuam na inflamação periférica, diferentemente da da morfina, que atuam no SNC. Ver questão 4 EBSERH/HUJM-UFMT 2014 e questão 1 EBSRH/ HC-UFMG 2014.
 Gabarito A.



Questão 9


A asma se caracteriza por uma doença inflamatória crônica das vias aéreas e alguns medicamentos devem ser evitados em pacientes asmáticos. Deste modo, qual dos anti-hipertensivos a seguir deve ser evitado em pacientes asmáticos?

(A) Losartana.
(B) Hidroclorotiazida.
(C) Metildopa.
(D) Propranolol.
(E) Anlodipino.

O propranolol é usado como um anti-hipertensivo por atuar sobre receptores β1 no coração. Ali, o propranol antagoniza os efeitos da noradrenalina, isto é, basicamente, diminui a frequência cardíaca e regula o tônus. Todavia, o propranol também atua sobre receptores β2 no pulmão, antagonizando também ali os efeitos da noradrenalina, a qual exerce efeito broncodilatador (ver questão questão 1 EBSRH/ HC-UFMG 2014, alternativa B). Assim, podemos dizer, que o propranol causa broncoconstrição. Dessa forma, deve ser evitado em pacientes asmáticos. Gabarito D.

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